Falta de ética da Prevent Senior na remuneração dos corretores


A Operadora retorna ao mercado com oferta comercial ofensiva aos corretores de planos de saúde

Que o mercado de planos de saúde precisa de regras e regulamentação decididas com união e ética, não há dúvidas! Mas isso não significa que a banalização e o desrespeito aos profissionais seja algo aceitável.

Todos fomos surpreendidos nesta semana com o retorno da comercialização através do canal de corretores dos produtos da Prevent Senior. A forma de remuneração sobre a comercialização proposta pela companhia causou maior espanto ainda. O valor básico para o plano mais simples era R$ 100,00 e, para segunda opção, R$ 150,00. O que garante a insatisfação dos corretores no entanto, não são valores, mas sim o estabelecimento prévio de um valor fixo, que não leva em consideração o acordo fechado do perfil de cada cliente que se está levando para a operadora, como é de praxe e justo. Não é à toa que a categoria chama isso de “gorjeta” nas redes sociais.

De fato, a operadora comete uma falta de ética e demonstra total desrespeito ao mercado de corretores de planos de saúde, e coloca em risco a capacidade profissional dos vendedores e corretoras, modificando a relação entre vendedor, corretor e corretora. O processo de trabalho do corretor não pode ser desvalorizado, pois a negociação exige divulgação, conversações, acertos, responsabilidade e ajustes até a concretização da venda. E é bom lembrar que a Prevent Senior surgiu em 1997, cresceu e se apoiou até 2015 com esse mesmo canal de vendedores e corretores, deixando o mercado no segundo semestre de 2015.

A situação se torna mais difícil devido a plataformas que aceitaram distribuir o produto, ampliando o descaso com seus vendedores e parceiros. Há boatos de que a Prevent Senior ainda estaria tentando contaminar o mercado, apresentando a referida proposta a outras empresas do setor. Os profissionais temem que tudo isso sinalize um movimento no sentido de diminuir o comissionamento.

Mas, nenhuma crise enfrentada – pelo mercado ou mesmo pelo Brasil – justifica a desvalorização dos profissionais, que construíram sua carreira e se aprimoraram por anos para oferecer sua expertise no segmento de venda de planos de saúde. E agora, mais do que nunca, os corretores devem se unir para boicotar esse produto, demonstrando a força da categoria.

Rosa Antunes, presidente da Acoplan


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